A iluminação é um fator primordial para a saúde física e mental do ser humano. Estudos de Neuroarquitetura apontam que ambientes com iluminação natural ausente comprometem a produtividade, podendo provocar indisposição e depressão. O projeto benéfico à saúde deve promover interação entre seus usuários e permitir a realização de várias atividades restabelecendo a saúde mental do indivíduo.

 

Ciclo Circadiano e a Influência da Luz

Dispor de energia elétrica é um fator que facilita a atividade produtiva, no entanto, a luz elétrica é muito diferente da iluminação natural. O ciclo circadiano (período de 24 horas do dia) em que se baseia o ciclo biológico interno do ser humano, é o responsável por manter as atividades e os processos biológicos do corpo como metabolismo, sono e vigília e é influenciado pela variação de temperatura e luz (dia/noite) do ambiente.

O cérebro recebe diferentes estímulos quando é dia ou noite, produz hormônios como o cortisol e a melatonina, alterando a temperatura corporal e regulando o metabolismo para manter a pessoa acordada ou dormindo. 

Projeto executado em Balneário Camboriú-SC.

 

Prioridade para a Iluminação Natural

A iluminação natural deve ser priorizada sempre. No entanto, há disponível no mercado equipamentos (lâmpadas e luminárias) que simulam a luz natural, inclusive com variação de temperatura de cor, indicando a luz matutina e vespertina.

O projeto de iluminação deve atender às necessidades visuais para planos de trabalho, no entanto, hoje se sabe que atender somente a este critério é insuficiente. A qualidade na iluminação é entendida como todas as propriedades da luz, inclusive aquelas que não se consegue quantificar. Antes dos estudos da neurociência o projeto luminotécnico focava na quantidade de luz (LUX) aplicada nos ambientes, de acordo com sua função. Atualmente, os avanços das pesquisas da neurociência aplicada à arquitetura, evidenciam que a quantidade de luz é insuficiente para que o ambiente seja saudável e não prejudique a saúde dos usuários.

A iluminação natural é essencial para promover bem-estar e saúde mental em ambientes residenciais, como destaca a Neuroarquitetura.

 

Iluminação Circadiana e Integrativa

O projeto convencional, que atende às normas e legislações vigentes, precisa ser substituído por projetos que incorporem a iluminação circadiana (Iluminação Interativa). Estudos sobre a iluminação integrativa são recentes e não conclusivos, mas, já se pode verificar, através das métricas aplicadas pelos neurocientistas, que os projetos de iluminação integrativa apresentam resultados positivos e diferentes dos projetos desenvolvidos a partir das normas e legislações brasileiras. As pesquisas permanecem e deverão ser aprofundadas, pois os resultados obtidos até então comprovam que o resultado prático na iluminância, posicionamento das fontes luminosas e propriedades de luz, é diferente e positivo nos projetos de iluminação integrativa.

Em um projeto de iluminação integrativa devem ser considerados: Aspectos visuais e não visuais da luz: temperatura de cor; potência; espectro; quantidade de luz: iluminação nos planos de trabalho; eficiência de energia; conforto visual; qualidade da luz: composição com luz; distribuição da luz; preferências dos usuários; propriedades dos materiais; efeitos visuais: estado de alerta; desempenho cognitivo; efeitos emocionais: humor; estímulo; relaxamento; efeitos biológicos: ciclo sono e vigília.

 

A Neuroarquitetura e o Impacto na Qualidade de Vida

Concluiu-se que os ambientes, suas formas e elementos arquitetônicos provocam sensações e emoções, às vezes de forma subconsciente, por isso, é necessário o conhecimento da Neuroarquitetura para melhor se relacionar com os futuros usuários dos ambientes a serem projetados visando contribuir na qualidade de vida, bem-estar e saúde.

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